sexta-feira, 9 de março de 2007

Manuel Bola e O Dez


Por entre gargalhadas sonoras, histórias de outros tempos e as mais variadas reflexões filosóficas, o actor Manuel Bola era um pequeno epicentro no Atelier de Fotografia João Frazão durante a apresentação do DEZ BETA. O consagrado actor pulsava vida por entre convidados e intervenientes e, com a sua voz caracteristicamente roca, fez parte da acústica da noite.Antes da conferência de imprensa, e durante alguns brindes de bom presságio, tivemos oportunidade de trocar algumas impressões com o actor enquanto tentávamos entender o seu papel no projecto. Carlos Rodrigues utiliza o seu pseudónimo poético nesta sua participação, Manuel Bola. No seu discurso como que se sente a rima e a paixão do poeta, o que traduz também não só a sua forma de estar na vida como a sua maneira de encarar ODEZ.


Tendo uma longa carreira e uma larga experiência cinematográfica e televisiva, qual é para si a diferença entre este projecto e outros em que tem estado envolvido?


Primeiro isto é um projecto que está a nascer, é como se estivéssemos a tirar um bebé da placenta e isso atrai-me. Os outros projectos em que estive envolvido já eram coisas construídas, já não eram projectos, já eram coisas criadas. Também já participei em projectos de pessoas que estavam a acabar cursos, participei em várias iniciativas deste género, pediam-me através de agentes que me conheciam para participar nos seus filmes e trabalhos de final de curso. Alguns tiveram grandes notas, isso deixa-me feliz (risos).


Como é trabalhar com uma nova geração de realizadores e produtores, e uma vasta equipa movida pela paixão pelo cinema e cheia de vontade de mostrar o seu valor, que iniciam o seu percurso com um projecto tão ambicioso?


Agrada-me trabalhar com eles. Eu sou velho mas não sou velho do Restelo, sou velho mas sou de Setúbal (risos).


Como surgiu o convite para a sua participação, quando ouviu falar do Dez pela primeira vez?


Foi o Leandro que me ligou para casa, através do João Abreu, e perguntou-me se estava interessado em participar no projecto em que estavam envolvidos. Eu à partida, e como sempre, coloquei as minhas reticências. Entretanto, eles conseguiram demonstrar que estava de facto perante uma iniciativa interessante. Abracei com a melhor das boas vontades.


As imagens das gravações a que temos acesso no site www.odez.net, conjugadas com a sinopse presente no blog do projecto, deixam-nos algumas pistas acerca de qual é o seu papel na história. Podia-nos levantar um pouco o véu sobre a sua representação no DEZbeta?


Eu sou o ceguinho da moeda…e não se deve dizer mais nada. Espero que tenha corrido tudo bem. Os media são um bocadinho como a melancia, são muito verdes por fora e por vezes a gente abre e são muito amargos por dentro. Não sabemos, só depois das coisas estarem feitas e montadas é que sabemos se resulta. Eu penso que todos nós, e não estou só a falar por mim mas por todas as outras pessoas que participaram, demos o nosso melhor, aquilo que melhor sabemos (apesar de nunca sabermos tudo e estarmos sempre a aprender) para que o projecto possa ir avante. Espero que tenhamos sido bem sucedidos e que o resultado agrade a todos.


O Dez, apesar de estar a dar os primeiros passos, é já um projecto construído com alicerces fortes firmados na dedicação, força e paixão de todos os que nele estão envolvidos. O que vê como horizonte deste projecto?


Eu não gosto de fazer futurologia. As coisas fazem-se todas com trabalho e convicção. Há tantos factores que podem condicionar o que pode vir a acontecer….se eu tivesse uma bola de cristal era capaz de responder, mas lá no mercado do Pinhal Novo ainda não vendem bolas de cristal (risos).Todas as coisas estão sujeitas a um destino, é facto. As grandes qualidades e as grandes virtudes das pessoas só se manifestam efectivamente através do trabalho que elas desenvolvem, nada surge por geração espontânea. Há espaço para tudo, porque não haveria de haver espaço para um projecto bonito?


Blog do DEZ - ASP


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